Lição 5 -
Os Títulos de Jesus Cristo
Lições
Bíblicas do 1º trimestre de 2020 - CPAD - Classe:
Jovens - Data da Aula: 20 de Faneiro de 2020.
TEXTO
DO DIA
"E toda língua confesse que Jesus Cristo
é o Senhor, para glória de Deus Pai." (Fp 2.11)
SÍNTESE
O conhecimento claro e seguro de quem o Senhor Jesus é,
através dos seus vários títulos, tem o
poder de trazer a luz à solução para
vários aspectos relevantes da pessoa do Salvador do mundo.
Agenda de leitura
SEGUNDA - Mt 12.18 - A maneira mais comum de Jesus chamar-se
TERÇA - Mt 12.8 - O filho do homem como metáfora
da humanidade
QUARTA - 2Cr 21.7 - O cumprimento da promessa feita a Davi
QUINTA - Mt 12.23 - O reconhecimento público da
vocação messiânica de Jesus
SEXTA - Mt 16.16 - Quem é Jesus?
SÁBADO - 1Pe 4.14 - O nome pelo qual vale a pena ser
escarnecido
Objetivos
I • REFLETIR sobre a denominação de
Filho do Homem;
II
• ASSOCIAR
o título "Filho de Davi" à natureza
profética e majestática do ministério
de Cristo;
III
• APRESENTAR
o conceito de messianeidade como central no Cristianismo.
Interação
Grande parte dos problemas com que nos deparamos em sala de aula tem
basicamente duas origens: falta de preparação
prévia e ausência de
autoavaliação. Com o devido preparo antecipado
conseguimos minimizar os efeitos negativos de eventuais contratempos
que venhamos a enfrentar em sala de aula, por isso, estude regularmente
as lições, prepare seu roteiro particular de
exposição do conteúdo - tendo em vista
que a Lição Bíblica é um
norte, um possível caminho de abordagem, jamais uma
camisa-de-força didático-pedagógica.
Já a autoavaliação é
importante na medida em que nos permite adequar rotinas e
estratégias à realidade vigente. Talvez um
método utilizado por você antes, neste semestre
não está sendo eficaz, ou ainda, ocorreram
mudanças no contexto de suas aulas que exigem -
também - mudanças da sua parte. Assim, uma
autoavaliação durante o processo
pedagógico poderá enriquecer suas aulas e evitar
insucessos.
Orientação
Pedagógica
Aproveitando todo o ambiente de descontração que
deve ser uma sala de jovens, inicie sua aula perguntando a seus alunos
se eles conseguem perceber a diferença entre um apelido e um
nickname. Ao pé-da-letra, ambas palavras significam a mesma
coisa, na prática, todavia, há uma sutil e
relevante diferença: o apelido geralmente é uma
designação atribuída por outras
pessoas a um indivíduo no mundo real, já o
nickname é a maneira pela qual um indivíduo
escolhe ser chamado no mundo virtual (internet). Ao final das
"apresentações", discuta com seus educandos o
fato de também terem sido atribuídos a Jesus
alguns títulos e dEle ter escolhido ser chamado de alguns
nomes em especial. Demonstre a seus alunos que a maneira pela qual
somos definidos pelos outros ou definimo-nos diz muito sobre
nós. Apresente então alguns nomes que se
relacionam diretamente a Jesus e demonstre o nível de
revelação e caracterização
da pessoa de Jesus em cada um deles.
Texto
bíblico
Filipenses 2.5-11
5 - De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que
houve também em Cristo Jesus,
6 - que, sendo em forma de Deus, não teve por
usurpação ser igual a Deus,
7 - Mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo,
fazendo-se semelhante aos homens;
8 - e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo
obediente até à morte, e morte de cruz.
9 - Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e
lhe deu um nome que é sobre todo o nome,
10 - para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que
estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
11 - e toda a língua confesse que Jesus Cristo
é o Senhor, para glória de Deus Pai.
INTRODUÇÃO
A vinda do filho de Deus ao mundo é o clímax de
uma série de promessas anunciadas no Antigo Testamento. Em
virtude disto, a Escritura denomina Jesus com um conjunto de
títulos e adjetivos, buscando dessa maneira
apresentá-lo da melhor forma possível
àqueles que não tiveram o privilégio
de conviver diretamente com o Salvador. Pensar sobre cada uma das
designações de Jesus nos ajudará a
compreender melhor a totalidade da obra do Salvador.
I - FILHO DO HOMEM
1. O uso e a
origem do conceito do "Filho do Homem" no Antigo Testamento.
Numa tradução, "Filho do homem" em Hebraico
é "bem'adam". Este detalhe
linguístico-etimológico demonstra a
associação do conceito, à
princípio, com o caráter adâmico do
personagem a quem ela refere-se. Esta expressão
está presente no Antigo Testamento em quase 100
versículos. Há, no entanto, uma
característica muito peculiar da presença deste
termo no Antigo Testamento: ele aparece, em noventa por cento dos
casos, no livro de Ezequiel - onde há mais de 90 registros.
Em Ezequiel a locução sempre se refere
diretamente à pessoa do profeta. Assim, a
expressão, num primeiro sentido, corresponde a imagem de um
legítimo "Filho de Adão", um "Filho da
Humanidade" ou um humano de verdade.
2. A
autorreferenciação de Jesus como "Filho do Homem".
Este é um dos títulos mais recorrentes do Novo
Testamento - aparecendo mais de 80 vezes. Com raras
exceções, o título que Jesus atribui a
si mesmo nos três Evangelhos sinóticos
é sempre "Filho do Homem". No Novo Testamento,
além da expressão também carregar uma
possível conotação
apocalíptica (Ap 1.13; 14,14), é relevante o fato
dela não estar presente na vasta literatura de Paulo. O
termo pode ser entendido como uma autorreferência de Jesus a
sua humanidade e um esforço de esclarecer sua
vocação espiritual, e não
política (Mc 9.31; Lc 12.40), especialmente como uma
possível indicação do cumprimento
profético de Gênesis 3.15. Porque Jesus optaria
por atribuir a si mesmo, tantas vezes, este título em
específico? São várias as
possibilidades de respostas, dentre algumas: Por sua
conotação de humildade e simplicidade; em momento
algum do Evangelho vemos Jesus exigindo para si mesmo, com
arrogância, tratamento por meio de títulos. Ao
contrário, o Salvador sempre portou-se como um de
nós; e como bem fala o escritor aos Hebreus, Ele
não se envergonha de chamar-nos de seus irmãos
(Hb 2.11).
3. O paradigma
de Jesus para nossas autoavaliações.
Jesus não incomodou-se em ser reconhecido a partir da sua
humanidade, mesmo sabendo de todas as limitações
que tal condição lhe acarretava. Por que
nós deveríamos dar crédito a qualquer
tipo de movimento religioso, evangélico ou não,
que defende - aberta ou dissimuladamente - uma
divinização da humanidade? Deste modo,
é necessário denunciarmos e/ou abandonarmos todo
modelo de falso Cristianismo que procura endeusar pessoas,
inflacionando seus egos e entorpecendo suas
autopercepções. Quanto mais próximos
de Deus, mais humanos nos reconheceremos (Lc 5.8), e isto nunca
será prejudicial, antes, será um ótimo
antídoto contra todo tipo de soberba e insensatez.
II - FILHO DE DAVI
1. A realeza de
Jesus.
Este é o título que se refere diretamente
à realeza de Jesus. É assim que Mateus
apresenta-nos Jesus, logo na primeira frase do seu Evangelho (Mt 1.1).
A associação do Mestre da Galileia com o rei Davi
concede-lhe o status de personagem que cumpre importantes promessas do
Altíssimo feitas ao grande rei de Israel (1 Rs 8.25; 2 Rs
8.19; 2 Cr 21.7; Is 9.7; Jr 33.17). Há um forte
caráter messiânico nesse título, uma
vez que - num tempo de opressão e controle do
Império Romano - somente um legítimo descendente
da casa de Davi poderia trazer esperança de cumprimento das
profecias sobre a libertação dos filhos de Israel
de toda e qualquer opressão. É a partir deste
título, inclusive, que a fraudulenta
acusação dos líderes religiosos contra
Jesus ganha algum tipo de fundamento (Lc 23.2), pois em momento algum
dos Evangelhos - senão na crucificação
- vemos o título de "Rei dos Judeus" associado ao Mestre,
porém, ao ser chamado filho de Davi, este outro
título ficava implícito. Ao contrário
da designação "Filho do Homem", Jesus nunca se
denomina como "Filho de Davi". São basicamente
três os episódios no Novo Testamento nos quais o
Senhor é nomeado com esse título: A cura da filha
da mulher cananeia (Mt 15.22), a cura de Bartimeu (Mc 10.47) e na
estrada triunfal em Jerusalém (Mt 21.9-15). Analisemos
então, pormenorizadamente, estes três
episódios para que possamos mensurar a importância
deste título de Jesus.
2. O poder de
cura do Filho de Davi.
A mulher estrangeira e o deficiente visual clamarem por cura, chamando
Jesus de "Filho de Davi", é um indício de que
até as pessoas mais simples e desprestigiadas socialmente
tinham plena consciência da magnitude e grandeza de Jesus nos
dias de seu ministério. Diferente de César, que
percorria seus territórios rodeado de pompa e glamour, o
Filho de Davi, verdadeiro e único herdeiro de um trono
eterno, caminhava pelos mais inexpressivos rincões, levando
consigo saúde e esperança (Lc 1.32,33). Em nada
Jesus diminuiu-se por dar atenção a pessoas
marginalizadas, indivíduos que não eram - em
virtude das condições biossociais - respeitados
naquela comunidade. Um rei acolhendo o clamor de uma mãe
estrangeira e o pedido insistente de um doente marginalizado
é uma prova inconteste de que não são
coroas, súditos ou tronos que indicam a realeza de
alguém, e sim, o conjunto de ações,
uma postura ética, um coração de rei.
E tudo isto Jesus tinha. Estes dois milagres de Jesus demonstram uma
verdade inquestionável: poder de trazer a morte e a dor
qualquer déspota enlouquecido tem, contudo, autoridade sobre
demônios e enfermidade - isto é, poder de dar vida
- somente Jesus, o "Filho de Davi", tem.
3. O
anúncio do rei em sua entrada triunfal.
A imagem de Mateus 21.9 é um momento único nos
Evangelho: Jesus adentra Jerusalém aclamado pelo povo
não apenas como profeta, mas também como real
herdeiro do trono. O clamor da multidão, provavelmente
inspirado nos Salmos 20.9 e 118.26, descreve a chegada de uma
autoridade na cidade. Era assim que os colonizados por Roma deveriam
proceder quando da visita oficial de um senador ou mesmo do imperador.
No entanto, quem entrava na cidade era o Salvador, o prometido de
Israel, o Filho de Davi. Apenas Mateus, o escritor cuja
influência da tradição judaica
é mais forte, registra o título
atribuído a Jesus, enquanto que os demais evangelistas
destacam a realeza do Mestre, sem contudo, associá-la a sua
origem davídica (Mc 11.9,10; Lc 19.37,38; Jo 12.13). Como
sabemos, pelo menos parte da multidão que celebrou a chegada
do Rei dos reis, em uma semana, seria manipulada para pedir a
crucificação do Salvador. Desta repentina
mudança de comportamento fica um indício: se a
mentira e maldade dos religiosos induziram a multidão ao
erro, a espontaneidade do povo levou-o à
adoração. Por isso, menos protocolos religiosos,
mais liberdade para a adoração.
III - MESSIAS
1.
Messias-Cristo-Ungido.
Sem dúvida alguma, o título mais importante de
Jesus era "Messias" /"Cristo"/ "Ungido" (é importante
lembrar que estas três palavras tem o mesmo significado,
sendo apenas de idiomas diferentes, respectivamente, hebraico, grego e
português). Em momentos marcantes do Evangelho Ele
é reconhecido como Cristo; já como Ungido, temos
a referência de Atos 4.26. É, porém,
como o Cristo que os escritores do Novo Testamento mais se referem a
Jesus de Nazaré. O uso do termo justifica-se pela
centralidade da obra redentora do Senhor, isto é, falar de
Jesus Cristo é apresentar ao mundo o plano da
salvação. O Novo Testamento começa (Mt
1.1) e conclui (Ap 22.21) com a referência de Jesus como o
Cristo. A ideia da "unção" está, no
Antigo Testamento, diretamente associada a
realização de uma missão especial (Sl
105.15) e específica (consagração de
reis - 1 Sm 10.1; 16.1; 1 Rs 1.39; de sacerdotes - Lv 8.12; e profetas
- 1 Rs 19.16 ).
2. Tu
és o Cristo!
Num dos momentos mais emblemáticos do Evangelho, o Mestre
faz uma pergunta aos seus discípulos acerca da
compreensão de sua identidade por parte da comunidade
daquela época (Mt 16.13). Os seus amigos apresentam-lhe o
diagnóstico de que a multidão não
possui ainda uma percepção límpida de
quem Jesus é, de um modo geral, confundem-no com uma figura
do profetismo do Antigo Testamento. Depois desta
problemática constatação, Jesus
direciona a mesma pergunta para seus apóstolos. A resposta
de Pedro é simplesmente uma das
afirmações centrais da história do
Cristianismo: "Tu és o Cristo, o filho do Deus vivo" (Mt
16.16), numa ressonância da imagem do Deus que age na
história da humanidade, muito presente em momentos decisivos
da história de Israel (Js 3.10; 1Sm 17.36; 2Rs 19.16; Os
1.10,11).
Pedro também enaltece de forma pública Jesus como
o Cristo. A resposta do apóstolo é tão
categórica que o próprio Jesus afirma que ela
não pode ser fruto de uma elaboração
humana, antes, produto da revelação divina (Mt
16.17).
3. Quem
é Jesus para nós hoje?
Em que parte da história estaríamos hoje se a
pergunta fosse feita a nós? Seríamos como a
multidão que, ávida por
bênçãos e benefícios, via o
Senhor apenas como mais um profeta que realizava atos poderosos, ou
teríamos a sensibilidade de Pedro e
reconheceríamos Jesus como o Cristo? Infelizmente, em muitos
lugares, Jesus não passa de alguém equivalente a
um remédio para dores de cabeça, a quem
recorremos em momentos específicos. Já em outras
comunidades Jesus é um trunfo na manga, alguém
através de quem demonstra-se poder e glória
pessoais. Passa longe, em muitas igrejas, a
percepção de Jesus como o Cristo. Na verdade, se
Jesus for "apenas" o Cristo, a estratégia de marketing
midiático não funciona. Falar da cruz, da
necessidade de confissão de pecados e arrependimento
não dá "ibope", por isso, em muitos lugares,
Jesus é apenas uma marca, quase uma palavra
mágica. Precisamos voltar à essência do
Evangelho, e concentrarmo-nos em pregar a Jesus Cristo, e este como o
crucificado (1Co 2.2).
SUBSÍDIO
"Mateus 16.14. E eles disseram. Os discípulos estavam
prontos a responder, porque sabiam que a opinião popular
estava dividida sobre esse ponto (Mt 14.1,2). Dão quatro
opiniões. Jesus não mostrou muito interesse nessa
resposta. Ele sabia que os fariseus e saduceus lhe eram amargamente
hostis. As multidões só o estavam seguindo
superficialmente, e nutriam expectativas vagas acerca dEle como um
Messias político. O seu interesse concentrava-se mais nas
observações feitas pelos discípulos e
na fé em desenvolvimento.
Mateus 16.15. E vós, quem dizeis que eu sou? E o que
importa. E o que Jesus queria ouvir. Note a
posição enfática da palavra: "E
vós, quem dizeis [vós] que eu sou?"
Mateus 16.16. Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. Pedro
fala por todos. Tratava-se de uma nobre confissão, mas
não uma nova declaração. Pedro
já a fizera antes (Jo 6.69), quando a multidão
abandonara Jesus em Cafamaum. Desde o início do seu
ministério (Jo 4), Jesus evitara usar a palavra 'Messias'
por causa das conotações políticas
ligadas ao título. Mas agora Pedro claramente o chama 'o
Ungido, o Messias, o Filho do Deus, o vivo' (note os quatro artigos
definidos). Essa sublime confissão de Pedro significava que
ele e os outros discípulos criam que Jesus era o Messias e
eram verdadeiros, a despeito da deserção da
populaça Galileia (Jo 6)" (ROBERTSON, A.T.
Comentário Mateus e Marcos. À Luz do Novo
Testamento Grego. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2011. pp. 185,186).
CONCLUSÃO
Jesus é tão maravilhoso que definir quem Ele
é em uma só palavra ou expressão
é impossível, por isso, aprendamos mais e mais
sobre quem é o nosso Salvador e como devemos
chamá-lo. A indagação paulina ainda
tem total razão de ser entre nós, em nossos dias
(Rm 10.13,14). O verdadeiro Evangelho somente será anunciado
às nações de modo eficaz, quando
aqueles que pregam tiverem plena consciência de quem o Senhor
Jesus Cristo é.
HORA DA
REVISÃO
1. A que se
refere prioritariamente a expressão "Filho do homem"?
Aos aspectos humanos dos indivíduos, isto é, a
humanidade destes.
2. No Antigo
Testamento, que personagem mais utiliza para referir-se a si mesmo a
expressão "Filho do homem"?
Profeta Ezequiel.
3. Quais as
principais diferenças entre os três eventos
registrados no Novo Testamento em que Jesus é tratado de
'Filho de Davi"?
Em dois dele (a mulher cananeia e o deficiente visual) trata-se de
pessoas reconhecendo em Jesus seu poder para sarar, já na
entrada triunfal na cidade, refere-se ao reconhecimento do cumprimento
de profecias declaradas a Davi.
4. De que modo o
Evangelho é afetado em virtude da falta de centralidade da
pregação na imagem de Jesus como Cristo?
Temos cada vez mais mensagens vazias de conteúdo e pessoas
muito religiosas e pouco cristãs.
5. Que
característica do principal título de Jesus,
"Messias" você destacaria?
Resposta pessoal.
Fonte: CPAD
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