Lição 10 - Aspectos da Obra Redentora de Jesus Cristo
Lições Bíblicas do 1º trimestre de 2020 - CPAD - Classe de Jovens - Data da Aula - 08 de Março de 2020.
TEXTO DO DIA
"Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros, segundo a esperança da vida eterna." Tt 3.7)
SÍNTESE
Fomos justificados por Deus para nunca mais sermos tratados como rebeldes ou desobedientes; nossa salvação dá-nos o privilégio de sermos reconhecidos como filhos amados do Pai.
AGENDA DE LEITURA
SEGUNDA - Gl 2.16 - A fé que atesta nossa justificação
TERÇA - Rm 5.9 - Justificados pelo sangue de Jesus Cristo
QUARTA - Rm 8.16 - O Espírito atesta que somos filhos
QUINTA - Jo 1.12 - Fomos feitos filhos de Deus
SEXTA - Rm 1.17 - O justo viverá da fé
SÁBADO - Ez 33.13 - Como viverá o justo
OBJETIVOS
I - APRESENTAR o conceito de justificação como fundamental para a doutrina da salvação;
II - DEMONSTRAR a compreensão do conceito de adoção através da obra de Cristo no NT;
III - DEFENDER a segurança da salvação em Cristo.
INTERAÇÃO
Estamos chegando nas lições finais de nosso trimestre, nada melhor do que programar um processo de avaliação. Um instrumento como este deve ser valorizado por todo professor que deseje tornar-se cada vez melhor. Uma possibilidade extremamente válida seria incluir cada educando num processo autoavaliativo, ou seja, ao invés de apenas o educador ser objeto de avaliação por parte dos alunos, os próprios educandos seriam desafiados a avaliarem-se. Este exercício, se realizado com seriedade, e visando o crescimento da sala como um todo, pode gerar frutos preciosíssimos. Muitas vezes os alunos não se percebem em suas falhas, e erros, autoavaliando-se eles poderão, inclusive, conhecerem-se melhor. A avaliação pode ser feita por escrito, com itens objetivos e/ou discursivos, em uma última hipótese, o processo pode ser feito até mesmo de forma oral em grupo. Você conhece sua turma, escolha a melhor forma, e construa um processo avaliativo rico e produtivo.
ORIENTAÇÃO PEDAGÓGICA
Esta sugestão de dinâmica é apropriada para salas onde o entrosamento entre os alunos já esteja consolidado. Com uma parte da sala forme pares de alunos e com a outra separe-os individualmente, marque - com giz, fita etc - uma delimitação de quadrado no chão. Para alguns faça um quadrado bem grande e espaçoso, para outros faça o quadrado suficiente apenas para os pés dos participantes, e com um último grupo, delimite espaço suficiente apenas para um pé. Depois, você tentará tirá-los de dentro do quadrado (se possível, incentive-os com prêmios para aqueles que permanecerem mais tempo sem sair do quadrado). Rapidamente ficará evidente que aqueles que estão em duplas e possuem mais espaço permanecerão mais tempo dentro dos quadrados. Faça o fechamento da dinâmica demonstrando a eles que nossa segurança sempre estará em Cristo, nunca em nós mesmos, em nossa frágil condição humana ou nossa débil sabedoria.
TEXTO BÍBLICO
Gálatas 2.16-21
16 - Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei, porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada.
17 - Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é, porventura, Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
18 - Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.
19 - Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus.
20 - Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou e se entregou a si mesmo por mim.
21 - Não aniquilo a graça de Deus; porque, se a justiça provém da lei, segue-se que Cristo morreu debalde.
INTRODUÇÃO
O peso do pecado desfigurou a humanidade de tal forma que as narrativas
do Antigo Testamento descrevem o homem afastado de Deus como
alguém miseravelmente chagado por uma enfermidade sem cura
aos olhos humanos. O cheiro de morte seguia os filhos de
Adão continuamente, não havia paz nem
esperança. Entretanto, com o advento do Filho de Deus, todas
as coisas mudaram, em primeiro lugar o estado condenatório
foi revogado e a justificação foi concedida a
cada um de nós. .
I- JUSTIFICAÇÃO
1. O que é a justificação?
Existe uma recorrente imagem judicial manifesta na Bíblia.
Em vários momentos e por vários personagens, a
história da humanidade é narrada na Sagrada
Escritura como uma grande disputa judicial: a humanidade cometeu
iniquidade (Is 64.6); o acusador, Satanás (Ap 12.10),
denuncia nosso ato deliberado e de consequências desastrosas
exigindo nossa condenação; Cristo - nosso bom
advogado (1 Jo 2.1) - apresenta sua própria vida como oferta
substitutiva e restauradora (1 Jo 2.2). É por isso que o Pai
pode julgar nossas causas a partir da perspectiva do bom
juízo (Jr 23.6; 33.16; 51.10). Pensar sobre a
justificação é refletir a respeito do
poderoso ato de amor de Deus em nosso favor. Sendo a
justificação uma obra da divindade - Pai (2 Co
5.21), Filho (Rm 5.9) e Espírito Santo (1 Co 6.11) -
estão plenamente envolvidos nesse acontecimento.
A justificação - no conjunto dos componentes da
salvação - é aquilo que aconteceu em
nosso favor, apesar de não sermos merecedores, e sim, apenas
dignos da condenação (Rm 5.14-21). A lei, apesar
de ter seu relevante papel pedagógico, demonstrou-se
inútil e incapaz de manifestar a
salvação aos homens, pois a mesma concentrou-se
apenas na ênfase do erro, sem ser plenamente apta para
relevar o bem do Senhor (Gl 3.24). Assim, é por meio da
graça que somos justificados por Cristo (Rm 3.28; Gl 5.4).
É importante diferenciar justificação
de perdão. Enquanto que o perdão é
declarar que o culpado não tem mais que pagar a
dívida por seus atos, a justificação
muda, inclusive, o status do indivíduo. Graças a
justificação não somos mais culpados,
e sim, justos (justificados) e por isso, perdoados. Não
há dívida para pagar, nem desconfiança
ou preconceito da parte de Deus para conosco. A sociedade encarcera e
pune os que comentem crimes; o cristão é
convocado a perdoar seus agressores, mas apenas Deus justifica a
humanidade.
2. A certeza da justificação.
A ressurreição de Jesus é a garantia
de que podemos acreditar na justificação de
nossas vidas (Rm 4.25). Assim, tão certo como Jesus Cristo
vive, podemos crer que não somos mais inimigos de Deus, mas
seus filhos amados (1 Co 4.4,5). Não devemos mais carregar
peso de culpa ou sentimentos condenatórios, pois a verdade
do sepulcro vazio é a evidência de que
não somos mais considerados indignos por Deus. Deste modo,
pouco importa a maneira pela qual somos tratados por quem
não conhece a obra de Cristo em nossas vidas.Estejamos
felizes de ter em nossa alma a convicção da
salvação que vem de Deus para nós, os
justificados. É isto que Paulo afirma em Romanos quando
declara que os que morreram para o mundo em Cristo, já vivem
justificados nEle (Rm 6.7).
3. A operação da
justificação em nós.
A justificação, sendo um ato gracioso e soberano
de Deus, pode e deve ser valorizada por todos os que já
foram alcançados pela salvação (At
13.39). Sendo a fé o instrumento anunciador de nossa
justificação ao nosso próprio
coração, temos em nosso ser a paz, oriunda de uma
certeza inabalável, da salvação. Em
termos teológicos, é a doutrina da
justificação que estabelece um fosso entre
católicos e protestantes, uma vez que, conforme o texto
bíblico que se tornaria lema da Reforma Protestante, "[...]
o justo viverá da fé" (Rm 1.17). Assim sendo, a
justificação é um ato, não
um processo; dito de outra forma, de uma só vez Deus
justificou-nos. Não há mérito nenhum
em nós, apenas graça sobre graça.
Tiago declara-nos que é impossível experimentar
uma vida justificada pela fé na
ressurreição de Cristo se, em nosso testemunho
pessoal, não resplandece a salvação de
Cristo (Tg 2.21-26).
II - A ADOÇÃO
1. A adoção como imagem bíblica.
A Bíblia é repleta de imagens que procuram
apresentar o amor e o cuidado de Deus para com a humanidade - o pastor
e as ovelhas (Mt 9.36), o agricultor e a vinha (Lc 20.13), o rei e seus
súditos (Mt 22.1-3), um empregador e seus empregados (Mt
20.1). Há, no entanto, uma metáfora que se
destaca entre estas, que é aquela que apresenta Deus como
Pai e a humanidade como seus filhos. Há nesta analogia
bíblica uma série de detalhes que, ao longo da
história do desenvolvimento do pensamento
cristão, passaram a ser de fundamental importância
para o Cristianismo. Um destes aspectos diz respeito à
questão da filiação. Não
bastasse o uso de uma analogia quanto nosso relacionamento Deus-Pai e
humanidade-filhos, a palavra discute a questão da
filiação a partir da categoria da
adoção. Tal imagem busca revelar o cuidado de
Deus para com a humanidade e o reconhecimento de que a povo de Israel
foi constituído com uma vocação
específica para anunciar a salvação.
2. Os filhos de Deus.
João registra em seu Evangelho a "profecia" de
Caifás (Jo 11.52) sobre a morte de Jesus, todavia, mais
relevante é o comentário do evangelista, segundo
o qual, o sacrifício do Cristo não serviria
apenas para libertar os descendentes de Abraão da
fúria de Roma (v.50), mas também para
proporcionar a restauração universal de todos os
filhos de Deus. As definições paulinas para
"filhos de Deus" são muito sintéticas e bastante
claras: Romanos 8.14 - os que são guiados pelo
Espírito de Deus - os que têm fé em
Jesus Cristo. Já João interliga a
filiação com aspectos como o conhecimento de Deus
(1 Jo 3.2) e uma vida sem pecados (1 Jo 3.8-10). Desta forma, pode-se
perceber que na questão da filiação,
Deus pretende abranger o máximo possível da
humanidade. Não se pode esquecer que no Antigo Testamento a
Bíblia também fala sobre "filhos de Deus", ao
referir-se aos anjos (Jó 1.6; 2.1; 38.7).
O termo utilizado na Bíblia para tratar sobre
adoção é huiothesia (o qual
também pode ser traduzido como
filiação). Segundo os costumes da
época, o indivíduo que tinha a
"posição de filho" estava digno de tornar-se
herdeiro de seus pais. Os israelitas são filhos de Deus por
serem herdeiros das promessas feitas a Abraão e renovadas
aos seus descendentes diretos e indiretos. A
salvação em Cristo, no entanto, concedeu
àqueles que não são judeus o
privilégio de tornarem-se herdeiros dos tesouros do
céu e das promessas de Deus (Gl 4.7). Não
receberemos aquilo que é exclusivo de Israel - pois as
promessas específicas têm destinatários
certos - contudo, por Jesus, somos aceitos diante de Deus, e assim
alcançaremos todos os benefícios da
salvação (Ef 1.5).
3. Efeitos práticos da
adoção/filiação.
Somente aqueles que experimentam a nova vida em Cristo têm o
privilégio de viver todos os benefícios da
adoção como filhos de Deus. Dentre esses
privilégios pode-se citar a capacidade de receber e suportar
com resignação a disciplina do Senhor (Hb
12.6-11); a operação do Santo Espírito
que nos convence individualmente de que somos filhos de Deus (Rm 8.16).
Além disso, graças a adoção
como filhos de Deus, nosso ser aspira a redenção
eterna, o cumprimento pleno de todas as profecias e por fim, a vida
eterna (Rm 8.23). Quem ignora sua filiação;
talvez tema a morte quem tem confiança quanto à
sua herança celeste aguarda em festa e regozijo o Dia
glorioso do Senhor, quando inclusive, toda nossa
limitação (física, emocional,
material) terá um fim, e desta forma poderemos ter completa
comunhão com Ele (1 Jo 3.1-3).
III- A PERSEVERANÇA
1. A segurança da salvação.
A salvação que Jesus adquiriu para cada um de
nós é o maior milagre que se pode anunciar
enquanto cristão (At 4.12). Há, no entanto, um
complexo debate sobre um dos aspectos da
salvação, que já se desenvolve
há séculos: Que segurança temos com
relação a nossa salvação?
É possível perder a
salvação? Alguém que já
usufruiu de todos os benefícios de um novo nascimento pode
"cair da graça"? Questões como estas
são complexas, mas necessárias para nossa
reflexão. Ao invés de abordarmos o assunto por
seu caminho negativo, utilizemos uma estratégia mais clara,
ou seja, tratemos sobre a perseverança dos santos na
salvação de Deus. A Bíblia declara em
textos como João 15.4-8, que enquanto estivermos ligados em
Jesus, isto é, vivendo de modo espiritualmente sadio e
piedoso, teremos certeza de paz e vida eterna. Está
segurança salvífica, como se pode entender,
está condicionada ao nosso relacionamento com Jesus (1 Co
1.8; 2 Tm 1.12; Hb 3.14).
A salvação não é um
cárcere do qual não temos a
opção de sair; antes, a melhor
metáfora para sintetizar a obra da
redenção é a do abraço,
pois tendo Cristo nos acolhido, poderemos permanecer com o Salvador
para sempre desde que não nos afastemos dEle, pois o justo
viverá pela fé (Rm 1.17; Gl 3.11). Não
importa o nível de problemas e
aflições que possamos enfrentar, enquanto
estivermos com o Senhor Jesus seu amor é suficiente para
enfrentarmos todas as coisas (1 Co 10.13). A segurança da
graça em Cristo, entretanto, não deve tornar-nos
arrogantes, por isso, o tempo todo as Escrituras Sagradas exortam-nos
à vigilância e ao arrependimento (1 Co 10.12; Hb
6.4-6).
2. A tragédia da Queda.
A salvação, infelizmente, pode ser perdida. Um
dos textos mais explícitos quanto aos princípios
que envolvem esta questão - ainda que registrado no Antigo
Testamento - é Ezequiel 33.11-16. Em primeiro lugar devemos
ser conscientes do desejo eterno de Deus quanto à
salvação da humanidade, e não, pela
condenação das pessoas, por mais perversas que
elas sejam (Ez 18.23; 33.11; Tt 2.11). Sabedores disto, cabe-nos
reconhecer que não existe uma condição
pré-determinada, imutável para ninguém
quanto à salvação. Pode-se extrair das
Escrituras que a salvação não
é uma conta bancária onde se pode creditar e/ou
debitar obras de justiça e pecados; ser salvo é
estar em contínuo relacionamento com Cristo, e por isso, com
um coração regularmente propenso ao
quebrantamento. Textos como, Gálatas 5.4, 1
Timóteo 4.1, 2 Pedro 1.10; 3.17 e Apocalipse 2.4,5,
demonstram de maneira indubitável que haverá um
grupo de pessoas que, apesar de terem experimentado todos os
benefícios da salvação,
optarão por desligar-se da comunhão com Cristo.
3. Cuidados com nossa salvação hoje.
A partir do contexto de algumas passagens da Escritura sobre o problema
da Queda e de nossa perseverança em Cristo, pode-se
traçar um perfil de conduta e relacionamentos para o
bem-estar de nossa saúde espiritual:
a) Cuidado com falsos profetas, eles são veneno para a alma.
O texto de 2 Pedro 2.1-4 adverte-nos a afastarmo-nos dos que profetizam
mentiras e procuram enganar multidões, pois se nem a
rebelião dos anjos foi aceita, imagine a
desobediência da humanidade.
b) Nunca desvalorize a graça que foi distribuída
à sua vida. Segundo Hebreus 6.4-6, como alguém
que recebeu a salvação graciosamente das
mãos de Deus, e depois jogou fora, pode ainda ser merecedor
dela? A salvação deve ser trabalhada (Fp 2.12).
SUBSÍDIO 1
1) "Os que já uma vez foram iluminados" (6.4a)
não significa simplesmente que aqueles a quem o texto
está se referindo haviam recebido a
instrução cristã, mas que ali ocorreu
"uma entrada decisiva da luz do evangelho em suas vidas" (Peterson,
1994,1335), que resultou na renovação da mente e
da experiência cristã.
2) A menção a terem provado "o dom
celestial"(6.4b) se refere a terem recebido o dom de Cristo, juntamente
com todas as bênçãos espirituais que
Ele graciosamente concede. O termo "provaram" indica algo
além do precioso conhecimento de Cristo; sugere
"experimentar algo de uma maneira real e pessoal (não
somente 'provar uma pequena quantidade')" (Peterson, 1994, 1335). A
distinção calvinista entre "provar" e "comer"
é injustificada aqui. O verbo "provar" diz respeito a
experimentar o sabor ou a realidade daquilo que é comido, e
não à quantidade daquilo que é comido.
3) A menção de que os sujeitos também
haviam sido "participantes do Espírito Santo" (6.4c) -
literalmente, "tornaram-se participantes do Espírito Santo"
- refere-se claramente a uma experiência cristã em
Hebreus (cf. Jo 20.22). O autor usa a palavra "participantes"
(metochoi) três vezes em Hebreus como um de seus termos
técnicos para aqueles que responderam à chamada
de Deus para a salvação" (Comentário
Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 1.ed. Rio de Janeiro:
CPAD, 2006. p. 1574).
SUBSÍDIO 2
O expositor bíblico William Barclay mostra o pano de fundo
da doutrina da justificação nessa passagem. Nesse
exemplo de Paulo, imagina-se o homem diante do tribunal de Deus.
Barclay destaca com muita propriedade que a palavra grega traduzida
como "justificar" vem da mesma raiz de dikaiún e que todos
os verbos gregos que terminam em ún têm o sentido
de considerar alguém como algo e não o de fazer
algo a alguém. Dessa forma, se alguém que
é inocente se apresenta diante de um juiz, o juiz,
evidentemente, o declarará inocente. Todavia, o caso
mostrado por Paulo aqui é diferente. A pessoa que se
apresenta diante de Deus é totalmente culpada, merecendo a
punição do seu erro, porém, o justo
Juiz, em uma demonstração de sua graça
infinita, considera-o como se fosse inocente. Isso é o que
se entende do significado da palavra
"justificação" no contexto paulino.
Quando Paulo diz "Deus justifica o ímpio", significa, dentro
do contexto da justificação, que Deus trata o
ímpio como alguém bom. É evidente que
tal raciocínio deixou os judeus totalmente escandalizados.
Na mente dos judeus, apenas um juiz iníquo agiria dessa
forma, pois justificar o ímpio é uma
abominação para Deus (Pv 17.15); "não
justificarei o ímpio" (Ex 23.7). Todavia, a
argumentação de Paulo mostra que é
exatamente isso o que Deus fez" (GONÇALVES, José.
Maravilhosa Graça. O Evangelho de Jesus Cristo Revelado na
Carta aos Romanos. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2016).
CONCLUSÃO
Somente quem já sentiu a amarga consciência do
pecado sabe o valor que tem a justificação que
vem de Cristo. Não somos mais condenados, somos filhos de
Deus, coerdeiros com Jesus de todas as dádivas do
céu.
HORA DA REVISÃO
1. Qual a principal diferença entre a
justificação e o perdão?
Enquanto que o perdão é declarar que o culpado
não tem mais que pagar a dívida por seus atos
condenatórios, a justificação muda,
inclusive, o status do indivíduo.
2. O que significa dizer que a justificação
é um estado e não um processo?
Significa atestar que ela é uma prerrogativa exclusiva de
Deus, sem qualquer vínculo com as
ações humanas.
3. Qual o maior privilégio de ser reconhecido como filho de
Deus?
É tornar-se herdeiro das promessas de Deus, não
de expectativas terrenas, mas de dádivas do céu.
4. Em que consiste a segurança de nossa
salvação?
Em nosso relacionamento com Cristo Jesus, pois somente ele é
o único e suficiente para garantir-nos paz e
salvação.
5. De que modo pode-se afastar do risco da perda da
salvação?
Afastando-se dos falsos profetas, pois a convivência com eles
envenena a alma e valorizando o conjunto da obra da
salvação para que assim o sangue de Cristo na
cruz nunca seja vituperado.
Fonte: CPAD
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